Nós, músicos, muitas vezes nos deparamos com problemas para a escolha de cantos neste tempo litúrgico. Trata-se da Quaresma, um tempo de reflexão, conversão, porém tais palavras não são sinônimos de tristeza ou tão pouco depressão. Devemos encarar o tempo litúrgico que precede a Páscoa com muita alegria, pois temos a certeza de que Deus novamente se mostra misericordioso conosco, acolhe-nos como um Filho Pródigo e celebra conosco a alegria do reencontro numa Ceia de amor e fraternidade.
Conversão é transformação, é passagem das trevas para a luz. Não devemos encarar a conversão como algo que ocorre de uma hora para outra dizendo: “Me converti!”, mas sim como um processo de entrega, de amor e confiança nesse Pai cheio de misericórdia que vem ao nosso encontro. Esse processo pode até ser demorado, particularmente, acredito que seja um processo eterno, estamos em contínua conversão, cada vez mais buscando ser realmente imagem e semelhança deste Deus que na Páscoa vem como homem para nos salvar.
Nesta época devemos ser perseverantes na oração e atentos aos nossos atos, devemos refletir esse Amor que está prestes a se entregar por nós na sua Paixão. E se grande é a Salvação que se aproxima, maior deve ser a alegria na espera por este encontro. Portanto, assim como nos fala São Paulo em sua carta aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, com oração, súplica e ação de graças.” (Fl 4, 4-6)